‘Ofensiva assassina’ de Putin atacará a Ucrânia em três frentes para vencer a guerra
Padrão russo de ataque indica que a nova investida pode combinar avanços rápidos e pressão contínua
Internacional|Do R7

Apesar das tratativas e negociações de paz, a Rússia se prepara para ampliar seus ataques contra a Ucrânia no verão europeu deste ano. O alerta parte do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e dos relatórios do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia, que registram aproximadamente 200 confrontos por dia ao longo da linha de frente.
Com a chegada do verão, cresce a expectativa por uma nova ofensiva. Condições climáticas mais secas favorecem a movimentação de tropas e equipamentos, além de oferecerem cobertura natural em áreas arborizadas. Embora parte dos analistas ucranianos considere possível que a Rússia mantenha a atual intensidade de combates, há sinais claros de que o Exército russo está disposto a avançar em ao menos três frentes principais, com a região de Donetsk concentrando o maior risco para Kiev.
Fontes do portal Ukrainska Pravda afirmam que os alvos centrais da possível ofensiva russa são Kramatorsk, Pokrovsk e Druzhkivka. Essas três cidades, localizadas no leste da Ucrânia, são parte vital da infraestrutura militar e logística ucraniana. Segundo os relatos, Moscou aposta em um avanço coordenado nessas direções para desestabilizar as defesas e consolidar ainda mais os ganhos territoriais. Estima-se que o Kremlin esteja sob domínio de 18% do território ucraniano pré-guerra.
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A frente mais sensível neste momento é a de Kramatorsk. Desde março, os russos intensificaram ataques sobre Kostiantynivka, cidade próxima da linha de contato e considerada porta de entrada para toda a aglomeração de Kramatorsk. Com uso crescente de drones FPV e controle parcial das estradas, as forças russas aumentaram sua capacidade de pressão sobre as rotas logísticas ucranianas. Relatos apontam para avanços constantes do sul, leste e, mais recentemente, do oeste da cidade.
No final de maio, tropas russas romperam a estrada entre Pokrovsk e Kostiantynivka, criando uma zona de controle com cerca de 10 quilômetros. A manobra abre caminho para ataques simultâneos a Pokrovsk e Kostiantynivka. Segundo fontes militares, a formação dessa faixa pode ser o primeiro o de uma estratégia para cercar também Druzhkivka, localizada ao norte.
Esse avanço permitiria que a Rússia ameaçasse metade da aglomeração de Kramatorsk sem a necessidade de combates urbanos. Ao controlar áreas elevadas em Chasiv Yar e Toretsk, as tropas russas conseguiriam estabelecer domínio de fogo sobre Kostiantynivka, dificultando o abastecimento da linha de frente.
Na frente de Pokrovsk, a ameaça russa também segue ativa. Ainda que o foco imediato pareça deslocado para Kostiantynivka, analistas acreditam que os russos mantêm a intenção de pressionar Pokrovsk por meio da mesma zona de controle. A cidade ainda não enfrenta risco imediato de cerco, mas pode ser alvo de operações para restringir a mobilidade militar ucraniana e provocar deslocamentos forçados de tropas.
As estimativas mais recentes sugerem que a ofensiva russa pode ter como objetivo mínimo o controle das colinas de Toretsk e Chasiv Yar. O domínio dessa área daria à Rússia poder de fogo sobre as principais estradas que abastecem as cidades da região. A distância até essas vias é de cinco a sete quilômetros.
A terceira frente possível, segundo relatos e análises, envolve a região de Druzhkivka. Embora ainda sob controle ucraniano, a cidade está vulnerável a avanços simultâneos do leste e do oeste. Caso a Rússia consiga se aproximar desse centro urbano, poderá ameaçar toda a aglomeração de Kramatorsk.
A Ucrânia enfrenta dificuldades para conter esse avanço. As brigadas baseadas na linha de frente registram alta rotatividade de feridos, enquanto o número de confrontos diários segue elevado desde abril. Mesmo com reforços e auxílio internacional, o desafio é manter posições sem ceder terreno nas áreas críticas do leste.
O padrão russo de ataque indica que a nova ofensiva pode combinar avanços rápidos com pressão contínua, em um modelo já utilizado em ofensivas anteriores, como a queda de Avdiivka e a investida contra Kharkiv.
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