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Trilha do Agro

Em 12 meses, valor pago ao arrozeiro cai 41% e não cobre custos de produção

Alta de preços em 2022 incentivou o plantio; produção cresceu além da demanda e derrubou os valores

Trilha do Agro|Valter Puga JrOpens in new window

Em 12 meses, valor pago ao arrozeiro cai 41% e não cobre custos de produção Embrapa/Divulgação

Em 2025, diferente dos últimos dois anos, os preços pagos aos produtores pelo arroz em casca terminaram maio com queda acumulada de 41% nos últimos em 12 meses, apontou o Cepea/USP. Com base nos preços médios do produto posto na indústria do Rio Grande do Sul, incluído frete, os pesquisadores constataram que entre maio de 2022 e maio de 2023, os produtores receberam 15% a mais pelo produto. Não parou aí. Entre maio de 2023 e maio de 2024 os valores subiram 45%, estimulando ainda mais os arrozeiros.

Com a alta acentuada de preços, houve aumento da área plantada. O último levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, aponta que nesta safra 24/25 o país tenha 1,7 milhão de hectares cultivados com arroz e uma expectativa de produtividade 7,4% maior (cerca de 7.070 quilos por hectare). Assim, estima-se uma colheita quase 15% maior em relação ao ciclo anterior, ou 12,1 milhões de toneladas.

Procura não acompanhou a produção – “A demanda interna e externa por arroz não cresceu na mesma proporção (da produção), resultando em excedente e em recuo nas cotações”, dizem pesquisadores do Cepea/USP.

As exportações estão lentas e sem embarques os preços tendem a cair. “De janeiro a abril, as exportações brasileiras cresceram apenas 6,6% frente ao mesmo período de 2024, quando a disponibilidade interna era menor. Em relação a 2023, os volumes embarcados em 2025 foram 29% inferiores”, ressaltam analistas do Itaú-BBA. Eles lembram ainda que a partir de agosto aumenta a oferta dos EUA, reduzindo a competitividade do arroz brasileiro. Fora isso, a queda nos preços de exportação dos países do Mercosul -- Paraguai, Argentina e Uruguai -- também pressiona a competitividade do Brasil.


Arrozeiro já não cobre os custos -- No período de 30 de abril a 30 de maio, a desvalorização do arroz em casca no RS foi de 6,92%, o que desestimulou os negócios no chamado ‘spot’, tanto por parte de compradores quanto de vendedores.

No mercado interno, a indústria explica a redução nas compras alegando dificuldade de ree dos preços adiante e receio de perder competitividade. De outro lado, os arrozeiros resistem à comercialização, alegando que os valores ofertados não cobrem os custos. E a queda dos preços continua.


Nos primeiros dois dias de junho, o Indicador Cepea/Senar mostra que os preços pagos ao arrozeiro gaúcho caíram mais 0,92%, com negócios em média a R$ 70,01 a saca. Como o Instituto Riograndense do Arroz, o IRGA, calcula que o custo variável de produção está perto de R$ 76,00 a saca, “o cenário acende um alerta para os produtores, que enfrentam margens estreitas ou até negativas, a depender da produtividade”, ressalta em relatório o Itaú-BBA. O risco de prejuízo aumentou.

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