Sujeitos a multa de R$ 1 milhão, professores do DF iniciam greve por tempo indeterminado
Decisão judicial da semana ada considerou greve ilegal, mas sindicato recorreu
Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Os professores das escolas públicas do Distrito Federal entraram em greve nesta segunda-feira (2) por tempo indeterminado. No entanto, uma decisão judicial da semana ada classificou o movimento como ilegal e determinou que os profissionais deveriam garantir a continuidade das aulas. A sentença também estipulou uma multa diária de R$ 1 milhão em caso de descumprimento.
O diretor do Sinpro (Sindicato dos Professores do Distrito Federal), Samuel Fernandes, considerou a decisão da Justiça “desproporcional” e já havia afirmado, ainda na semana ada, que os profissionais manteriam o calendário aprovado em assembleia.
Ele também confirmou que, nesta segunda-feira, será escolhido o comando da greve por meio de uma eleição.
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A reportagem da RECORD BRASÍLIA foi até a quadra 907 Norte e encontrou uma escola de portas fechadas. Já no Elefante Branco, na 908 Sul, houve uma pequena movimentação pela manhã, pois alguns professores estavam na unidade escolar para dar aulas.
A diarista e cantora Sueli Campo saiu do Recanto das Emas para levar os dois filhos até o Plano Piloto, porque, segundo os professores, haveria aula, apesar do movimento grevista.
“A princípio, a greve seria geral, mas, na sexta-feira, eles avisaram no grupo com todos os pais que haveria aula até as 13h. [...] A gente trabalha, então já conta com a escola em período integral. No fim das contas, eles acabam indo com a gente para o trabalho.”
Entenda
Além da reestruturação da carreira, os professores reivindicam a nomeação de todos os aprovados no último concurso e a regularização do envio da relação de contribuições previdenciárias dos professores contratados temporariamente ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Segundo o sindicato, atualmente o teto salarial no DF é de aproximadamente R$ 5.700.
Já a Secretaria de Educação afirmou que o Sinpro deve assumir todas “as responsabilidades legais decorrentes do descumprimento da ordem judicial”.
A pasta reforçou que a paralisação causa prejuízos significativos à educação pública, afetando mais de 450 mil estudantes da rede e comprometendo o calendário letivo. Além disso, destacou que a greve poderá impactar diretamente os próprios professores, que terão de repor os dias parados — o que poderá afetar o recesso de julho e a organização pessoal e profissional de toda a categoria.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria para obter mais detalhes sobre o funcionamento das escolas nesta segunda-feira e aguarda resposta.
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